terça-feira, 24 de junho de 2014

Terapia sexual: qual o momento certo de procurar?



A terapia sexual envolve não apenas os conselhos do especialista, mas também um estudo sobre a história de vida de cada um. Também levanta as dificuldades de relacionamento com a parceira ou parceiro e a procura de conflitos na relação. Mas o que importa numa terapia sexual?
'O que é importante é o quanto o terapeuta consegue fazer com que a pessoa descubra as suas potencialidades não apenas sexuais, mas também a maneira como ela passa a reconhecer o próprio corpo, o próprio prazer, seus desejos e a forma como consegue lidar com essas descobertas', destaca o psicólogo clínico e terapeuta sexual, Breno Rosostolato.
A ideia da terapia sexual é trabalhar sempre com a perspectiva do autoconhecimento onde a pessoa passa a reconhecer aspectos do seu corpo que antes não eram tão percebidos ou, em alguns casos, ignorados. Com a terapia, a pessoa ou o casal passa a ter emancipação e autonomia diante desse prazer e pode vivenciar seus desejos sem culpa, sem repressões e sem basear-se em conceitos sociais que tanto são impositivos.
A terapia trata só casais? Não. Pessoas sem parceiro sexual podem se beneficiar da terapia sexual. Se há parceiro sexual, mesmo sendo saudável sexualmente, o ideal é que ele participe da terapia sexual. Os casais são os que mais procuram a terapia geralmente por conta de questões amorosas, de relacionamento, separação ou outras desavenças que fazem com que eles não consigam ter uma convivência harmônica. Mas a terapia também pode ser trabalhada individualmente.
Quando se trata de um casal, o trabalho é intenso na terapia porque esse casal passa a conversar e as trocas acontecem ali mesmo, são imediatas. Já a terapia sexual individual requer um processo um pouco mais demorado porque a pessoa não tem essa troca direta.
Entre as principais queixas dos casais nos consultório, o ciúme extremo é um aspecto muito abordado nas terapias sexuais. É aquele ciúme mútuo aliado às diferenças de comportamento onde um sempre vai querer mais liberdade do que o outro.
Outro ponto a ser trabalhado na terapia sexual é a confusão sobre os novos papeis masculinos e femininos e suas posturas e condutas. 'Essa confusão é comum nos relacionamentos e isso vem afetando bastante emocionalmente e psicologicamente as pessoas porque elas não conseguem mais se encontrar e não sabem de que forma podem agir e se comportar diante dessas transformações. Isso também é trabalhado na terapia sexual', explica.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Pesquisa aponta que 30% das mulheres brasileiras têm falta de desejo


Carícias, beijos, sussurros, toques corporais e finalmente o clímax é a sequência de estímulos no corpo a grande responsável, na maioria das vezes, pelo famoso orgasmo feminino.           
Do ponto vista anatômico, o orgasmo consiste em uma série de reflexos, contrações rítmicas involuntárias da musculatura pélvica e perineal, frequentemente acompanhado de intenso de prazer, seguido da sensação gostosa de alívio e relaxamento. A frequência e a intensidade do orgasmo são pessoais e cada pessoa o descreve de acordo com as suas vivências, ou seja, cada um sente o orgasmo à sua maneira. E sua obtenção pode ser através de relações sexuais, da masturbação ou de fantasias eróticas.
Segundo uma pesquisa recente realizada no Projeto Sexualidade (Prosex, instituto que estuda sexualidade na USP-SP), 30% das mulheres brasileiras reclamam sobre a falta de orgasmos, falta de desejo ou excitação sexual.
O terapeuta sexual, Luiz Mauro Coelho, explica que na década de 1960, com o advento da “pílula” anticoncepcional, as mulheres passaram a se dar mais valor. “A partir deste momento a mulher começou a se importar, a valorizar a obtenção de prazer durante as relações sexuais, pois perceberam que não tinham apenas objetivos reprodutivos. Enquanto que na década de 1980 para 1990, o orgasmo se transformou em sensação obrigatória, sinal de maturidade para as mulheres, o que pode ocasionar a diminuição da espontaneidade nos relacionamentos sexuais”, disse.
Quanto às causas de dificuldade em se obter o orgasmo são muitas variáveis e de acordo com Hugo Miyahira, vice-presidente da Região Sudeste da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), são três os fatores que podem interferir, negativamente, no orgasmo feminino: o transpessoal, o interpessoal e o intrapessoal. O primeiro tem a ver com a cultura que a pessoa está inserida: fatores religiosos. O interpessoal, por sua vez, são as relações entre as pessoas: um companheiro que não é carinhoso, que cobra muito um determinado desempenho na cama e que acaba não proporcionando um clima favorável. Já o intrapessoal é a capacidade da mulher de conhecer o próprio corpo, de praticar o autoerotismo.
Determinados comportamentos ou exigências durante as relações sexuais também atrapalham a obtenção do orgasmo, como a ideia de “chegar juntos ao orgasmo”, uma cobrança comum que não traz benefício algum, pelo contrário, causa ansiedade em ambos os parceiros, porque eles passam a se preocupar com desempenho, deixando de lado o prazer de estarem juntos, compartilhando sentimentos e sensações.
Outro conceito equivocado é diferenciar orgasmo “clitoriano” e “vaginal”. Existe um ápice da excitação sexual, o clímax que se inicia no clitóris e se espalha por toda área vaginal, com contrações da musculatura perivaginal e pélvica e, em seguida transferindo sensações prazerosas por todo o corpo.
Enfim, gozar durante o coito é estimulante, agradável e aconchegante, não importando muito o modo de consegui-lo, tendo em vista que apenas 20% das mulheres chegam ao orgasmo pela penetração vaginal, segundo a mesma pesquisa da USP.