terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sexualidade Infantil - Parte I

Por Dr. Luiz Mauro Coelho Nascimento




“É como um traço (e)terno na finitude que a sexualidade se faz presente na experiência humana, desde o nascimento do indivíduo até sua morte. Uma dimensão da existência que não tem idade, que está presente em todo o viver (CARIDADE, 1996)”.
         
O conceito de Sexualidade Infantil, introduzido por Freud (1905), com a edição dos Três Ensaios sobre Sexualidade, quando a partir de observações de crianças que amamentavam no peito, que na realidade define uma linha de continuidade sexual, desde a infância até a maturidade; numa época na qual se pensava ver um aparecimento súbito, quase sem antecedentes da sexualidade, por ocasião da puberdade.
 Freud observou que as crianças após sentirem satisfeita sua fome (impulso de autoconservação), elas continuavam a sugar o peito, o dedo, ou a mão, demonstrando desta forma, que poderia haver demanda interna ainda não satisfeita, ou seja, que para além da satisfação de uma pulsão de autopreservação surgia uma busca pelo prazer e que este precisaria de outras atitudes para a sua resolução, exemplo: continuar sugando, movimentos musculares, etc. Esta demanda extra, que nesta etapa se liga à amamentação, vai se modificando ao longo do tempo até chegar à forma reconhecível na sexualidade do adulto.
Dentro de conceituação Freudiana, existem componentes orgânicos na sexualidade infantil, mas o que a caracteriza fundamentalmente é o carinho, o afeto, a dedicação maternal para com a criança, estabelecendo assim simbolizações. Quero enfatizar o conceito de psicossexualidade, introduzido por Freud, no qual se vislumbra o desenvolvimento sexual do ponto de vista biológico, com suas modificações durante o crescimento da criança, a ocorrer “pari passu” com o desenvolvimento da personalidade desta. Assim, ele vai relacionar determinadas características de personalidade e de comportamentos do adulto, a determinadas características das fases do desenvolvimento sexual da criança.